23 de dez. de 2012

Excelente texto!

Voltei, meninas! Li esse texto do querido Teago Oliveira e decidi dividir com vocês. Acho que cabe em qualquer lugar e em qualquer época do ano um pouco de discernimento e um pouco menos de auto-vitimização, não é mesmo? Espero que curtam!! 

"Acho que a liberdade plena de expressão, no Brasil, nunca foi tão moralmente ( e talvez intelectualmente ) censurada quanto hoje. Atente para as aberrações sociais, hoje qualquer pessoa pode ser alvo de acusações de homofobia, racismo, machismo e etc. por qualquer comentário que perpasse, de raspão, essas idéias. 

É como se, com a evidente aceitação das classes discriminadas pela sociedade, tais classes tivessem ficado paranóicas a ponto de controlar todo e qualquer comportamento que possa, em uma dentre inúmeras interpretações, atingí-la. Ainda que sem intenção. É como se estivéssemos restritos a eliminar culturalmente palavras e comportamentos que são hodiernos e que não conotam, com qualquer boa vontade de interpretação, qualquer desses sentimentos discriminadores. 

Quem mais tem sofrido com isso é o humor, que é vítima do senso de hipocrisia coletiva que a internet também traz. Hoje é socialmente inaceitável achar engraçado piada sobre gay, negro, gordo, loira, mulher e tantas outras coisas, por motivos óbvios, porque te faz se sentir um nazista. Ora, achar algo engraçado é totalmente situacional. Você não pode ser escolher o que achar engraçado assim como você não pode escolher em que parte do seu corpo você vai sentir cócegas ou não. Tudo é uma questão de como tratar essa situação.

Bem longe de apoiar o tal Rafinha Bastos (da infeliz hitória do bebê que achei de uma falta de senso enorme), mas fico desconfortável em ter que me policiar e me educar forçosamente pra ser politicamente correto em situações onde o preconceito é visto dentro de um imaginário criado de uma forma muito convencional.

Não estou dizendo que não existe preconceito, mas, sou baiano, e chamo os outros de "negão" e "viado" em algumas ocasiões, como muitos outros por aqui e perdoe se isso é falta de educação. São exemplos clássicos de tratamentos paradoxalmente carinhosos entre amigos, até. Em nenhum momento estou justificando que é certo tratar alguém assim, mas ao chamar um negro de "negão" não estou apontando pra ele a cor dele em detrimento da minha, que é branca. Jamais passaria perto disso. Muitas vezes, tal termo conota agradecimento: "Valeu negão". Não gostaria de ser julgado como homofóbico por chamar alguém de viado sem que exista uma interpretação que justifique um preconceito. Ninguém é obrigado a aceitar ser chamado por algo diferente do nome, mas as pessoas não podem acusar alguém de preconceito pela interpretação literal de um termo. É se utilizar de vítima, ao invés de adotar uma postura mais madura e, quem sabe, sair por cima ao esclarecer ao ofendendo em como se portar em algumas situações. Na minha visão, é assim que a coisa vai pra frente. Quanto mais se enxerga e se busca enxergar o preconceito, mais ele vai existir."



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